Um pouco de história

vistaparcialdaSerradaCantareiraA reserva da Cantareira cantareira1.jpgfoi o primeiro núcleo a abastecer de água a cidade de São Paulo, no local chamado Engordadouro, hoje aberto à visitação pública. É um lugar maravilhoso. Lá ficavam os primeiros reservatórios, e em1890 o governo do estado, naquela época provincial, fez o tombamento da serra da Cantareira, já prevendo o aproveitamento desse manancial que vem do rio Jundiaí. A água da serra é puríssima, e felizmente ainda não chegamos ao ponto de ter invasões ao redor das represas e não há igualmente a contaminação industrial, como acontece no sistema Guarapiranga-Billings, onde a água passa a custar sete a oito vezes mais por causa do tratamento.

Diante desse manancial, que abasteceu quase 80% da capital paulista, pode-se ver a importância do cinturão verde e o risco que corre com o Rodoanel e a ocupação irregular do solo. É o crime organizado que o ameaça, mancomunado com políticos, levando à especulação imobiliária.

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Uma proposta é cercar essa área com tela e sistema de vigilância, para termos tempo de reverter a situação.

O discurso dos ambientalistas tem sido muito defensivo. Temos de mudar essa atitude e passar para uma pró-ação. São Paulo é uma das piores cidades do mundo em termos de área verde por habitante. Entretanto, entra governo, sai governo e não se faz nada para reverter esse quadro.

A serra da Cantareira abriga cerca de 200 espécies de aves, quase o dobro da avifauna de toda a França, que tem 120 em todo o seu território. Existem quatro espécies de macacos, várias de felinos, como a jaguatirica, o gato-do-mato, a onça parda e a parda vermelha, que estão seriamente ameaçadas. É considerada a maior floresta urbana do mundo, com seus 80 quilômetros quadrados, que é o número fornecido pelo Instituto Florestal. Só que está sendo comida pelas beiradas, para usar um termo vulgar, por causa das invasões, que vêm não só do lado da capital como também de Mairiporã, de Caieiras, ou seja, da megacidade paulista. Há também condomínios de classe média alta no meio da serra, que a destroem, manifestando uma grande falta de conscientização. Os grandes vilões nessa questão ambiental são a desinformação, a ignorância, a ganância imobiliária, enfim, interesses econômicos que não levam em conta a questão mais importante que é nossa sobrevivência.

A reserva da biosfera de São Paulo recebeu um prêmio de US$ 200 mil da Ted Turner Foundation, que a considerou a mais importante do mundo, por ser a única encravada num contexto metropolitano da proporção de São Paulo. O Brasil, aliás, é campeão mundial de biodiversidade, o país onde há mais espécies em todo o planeta. Mas infelizmente também é um dos campeões da destruição.

Um pouco de história

De onde vem a palavra Cantareira?

As versões são muitas. Há quem diga que o nome se deve aos cântaros, porque havia muita água no local. Pode vir também de cantaria, no sentido de cortes de pedra, porque também há muita pedra na região. E também pode ter origem no canto dos pássaros ou na cantoria dos macacos.

É interessante pesquisar também a origem do local. Os livros de história não relatam isso, mas há descobertas recentes, como as publicadas nas obras A Saga de Aleixo Garcia e Chão de Piratininga, uma tese de Wilson Maia Fina, arquiteto do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo já falecido. O trabalho versa sobre a questão de Piratininga, que sempre consideramos o nome original de São Paulo, e que seria a região do centro velho de São Paulo, incluindo a Sé e o Pátio do Colégio.

Martim Afonso de Sousa, com a ajuda de João Ramalho, fundou a Vila de São Vicente, e Pero Lopes de Sousa, seu irmão, era o escrivão dessa expedição. A 9 léguas de São Vicente, de acordo com o documento – segundo outros são 10 léguas –, fundou a Vila de Piratininga, às margens do rio do mesmo nome. Esse rio Piratininga nunca foi encontrado. Há quem diga que seria outra designação do Tamanduateí, e para terceiros poderia ser o Anhembi ou Tietê, porque dependendo do local ou da situação do rio os índios lhe davam um nome diferente. Piratininga significa, segundo alguns etimólogos, peixe seco, ou o local onde o peixe seca. O professor Emanuel Rodrigues, por exemplo, acredita que seria o Tamanduateí, porque como a várzea ali alagava muito é possível que nas lagoas o peixe secasse. Há quem ache que seria um córrego na região de Paranapiacaba, no alto da serra do Mar. A verdade é que nunca se encontrou com certeza esse rio. Há também quem defenda a tese de que seria o local onde viviam os piratinins, uma tribo indígena.

No entanto, Wilson Maia Fina fez uma análise cuidadosa no Arquivo do Estado de São Paulo e também no Arquivo Municipal, onde há referência a Piratininga. Realizou levantamentos dos primeiros registros cartoriais da Vila de São Paulo de Piratininga, desde 1570, e traçou um mapa seguindo as divisas estabelecidas naqueles documentos. As referências são o rio Juqueri, a serra da Cantareira, ao norte do rio, no termo da Vila de São Paulo, e os rios Cabuçu e Santa Inês. A Estrada do Juqueri seria possivelmente a atual Rua Doutor Zuquim ou a Voluntários da Pátria.

A Vila de Piratininga se dispersou depois de sua fundação e permanece o mistério relativo a esse rio. Talvez houvesse interesse em despistar o local da fundação por causa do Tratado de Tordesilhas, para não ferir a coroa espanhola, mas isso são conjeturas. A verdade é que havia um assentamento provavelmente no ponto extremo de São Paulo, no alto da serra, um local estratégico para o acesso às Minas Gerais.

Outra constatação interessante: na Cantareira existe uma espécie de carvalho nacional, o Euplassa cantareirae. Onde essa árvore nasce, acreditava-se que existia ouro. Houve então mineração nessa região. Conclusão: Piratininga possivelmente ficava na Cantareira.

Wilson Maia Fina estabelece que a Vila de São Paulo estava situada no campo de Piratininga, ou seja, para os portugueses, vencida a serra do Mar, o planalto passa a ser um campo, porque logo em seguida vem o maciço da Cantareira. Assim, o campo de Piratininga seria onde vivemos hoje, e São Paulo de Piratininga significa a igreja de São Paulo, que atendia a Piratininga. Anchieta também escreveu, em torno de 1560, que havia portugueses vivendo em pecado na região da Cantareira, em Piratininga, porque lá não havia igreja. Essa é uma notícia interessante, que merece ser pesquisada. É possível que no subsolo dessa região haja algum indício arqueológico que prove essa tese.

http://www.recanta.org.br/cantareira_historia.html 

Acordo entre Brasil e EUA converte dívida em proteção ambiental

Em vez de pagar US$ 21 mi, País se compromete a destinar recursos para Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga

REUTERS
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ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari)

Brasil e Estados Unidos assinaram na última quarta-feira um acordo que reduz o pagamento de uma dívida brasileira em cerca de 21 milhões de dólares em troca de mais proteção dos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.

Com o acerto, o Brasil se compromete a destinar recursos para projetos de conservação ambiental.

“Essa iniciativa representa um salto qualitativo. É mais um instrumento que fortalece a cooperação bilateral, amplia a participação de atores e a oferta de recursos”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, segundo o site da pasta.

O acordo entre os dois países foi possível graças ao Tropical Forest Conservation Act (TFCA), promulgado pelos Estados Unidos em 1998 e que pretende encorajar a preservação das florestas tropicais no mundo.

Foi o 16o acordo deste tipo concluído pelos norte-americanos e o primeiro com o Brasil.

“A dívida que será convertida em proteção ao meio ambiente foi contraída pelo Brasil por volta dos anos 1960. De acordo com Izabella Teixeira, o país vinha cumprindo o cronograma de pagamento, e já teria pagado mais de 100 milhões de dólares”, informou o Ministério do Meio Ambiente.

A SERRA DO MAR – SÃO PAULO

A comunicação dos Campos de Piratininga com o litoral de Santos tinha como obstáculo a imponente cordilheira rochosa, denominada Serra do Mar, que se estende do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro. A sua elevação máxima atinge 937 metros sobre o nível do mar. Para vencer as suas escarpas em direção a Santos, os índios da região costumavam seguir o caminho deixado pela carreira de antas. Os colonos, por sua vez, valiam-se da dificílima trilha indígena, conforme testemunha o jesuíta Fernão Cardim, no ano de 1585: “o caminho é tão íngreme que às vezes íamos pegando com as mãos”.  Lamenta-se também o jesuíta Simão de Vasconcelos das dificuldades encontradas no mesmo itinerário: “O mais do espaço não é caminhar, é trepar de pés e mãos, aferrados às raízes das árvores, e por entre quebradas tais, e tais despenhadeiros, que confesso de mim que a primeira vez que passei por aqui, me tremeram as carnes, olhando para baixo”.

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Jesuitas Catequizando Indios

Ao longo dos primeiros séculos os colonos percorreram o itinerário indígena, chamado de peabiru pelos índios e de caminho de São Tomé pelos jesuítas, que ligava as tribos da nação guarani da bacia do Paraguai com a tribo dos patos do litoral de Santa Catarina, com os carijós de Iguape e Cananéia e com as tribos de Piratininga. De acordo com Washington Luís, era um caminho “muito batido, com uma largura de 8 palmos, estendendo-se por mais 200 léguas desde a capitania de S. Vicente, da Costa do Brasil, até as margens do rio Paraná, passando pelos rios Tibagi, Ivaí e Pequeri”.

Com o tempo, as trilhas indígenas foram sendo aprimoradas. Outros caminhos calçados com laje foram abertos para facilitar a circulação das tropas de mulas, melhorando o acesso a vários portos do litoral. Em 1789, Bernardo José Lorena, governador da Capitania de São Vicente, determinou a recuperação da Estrada Caminho do Mar, que foi pavimentada com lajes de granito no trecho da serra, a famosa Calçada do Lorena, que mais tarde se tornou conhecida como Estrada da Maioridade.

Mas foi somente em meados do século XIX que a construção da Ferrovia Santos-São Paulo-Campinas, a cargo de uma companhia inglesa, criou uma nova geografia na Serra do Mar. É fácil imaginar as enormes dificuldades técnicas e financeiras de tal empreitada!

Trecho da Serra do Mar. Estrada de Ferro Santos-Jundiaí , c. 1865. Crédito: Militão Augusto de Azevedo

Trecho da Serra do Mar. Estrada de Ferro Santos-Jundiaí , c. 1865. Crédito: Militão Augusto de Azevedo

A paisagem acidentada – formada de escarpas rochosas que podiam chegar a uma altura de 800 metros, clima úmido, cerrada vegetação de mata atlântica – impunha enormes desafios à construção de uma ferrovia de extensão de oito quilômetros. Porém, uma vez construída, a estrada de ferro intensificou a comunicação com o interior e o litoral, além de atribuir a Santos um papel de destaque como porto exportador, sendo equiparado apenas ao Rio de Janeiro.

No final do século XIX, o automóvel aparece no cenário brasileiro, provocando mudanças radicais nos caminhos que ligam o planalto ao Oceano Atlântico. Com a chegada do novo século, foi recuperada a Estrada Caminho do Mar, onde, em 1922, construiu-se um conjunto de edifícios projetados por Victor Dubugras, em comemoração ao Centenário da Independência. Em 1947, foi inaugurada a Via Anchieta, pista ascendente, e, em 1953, a pista descendente, com 58 viadutos, 18 pontes e 5 túneis. Nesse período, a estrada recebia em média 768 veículos por dia. 7 Em 1975, tendo em vista a saturação da Via Anchieta, inaugurou-se o complexo Anchieta-Imigrantes, com 198 quilômetros de extensão, por onde circularam, até 1998, 127.341.358 veículos.

A SERRA DA CANTAREIRA E O HORTO FLORESTAL – HISTÓRIA

Parque da Cantareira

Parque da Cantareira, 1896. Crédito: Arq. Municipal – Seção Arquivo de Negativos DIM/DPH/SMC/PMSP.

Em frente à cidade de São Paulo ergue-se a Serra da Cantareira, no bairro do distrito do Mandaqui, à margem direita do Rio Tietê. A palavra cantareira significa “pedra para apoiar um cântaro ou pote d’água”, o que sugere a presença de águas contínuas na região. Por esse motivo, a Serra da Cantareira tornou-se uma importante rede de abastecimento da cidade.

Do século XVI ao XVIII, a região dedicou-se ao cultivo de legumes, frutas e mandiocas, vendidos na cidade. A partir do final do século XIX, com o crescimento da cidade, a Companhia Cantareira de Água e Esgotos reorganizou o sistema de abastecimento de água e mudou o perfil da região. Para garantir a área de preservação dos mananciais, criou-se uma reserva florestal de 5.647 hectares. Em 1893, foi criado o Parque da Cantareira, com bosques, lugares para piqueniques e práticas de esporte. Um grande jardim com bancos e cascatas recebia pessoas elegantemente vestidas.

O acesso ao parque foi facilitado pela ferrovia. A estação Cantareira estava localizada à Rua 25 de Março, em frente ao mercado. O percurso de 13 quilômetros era muito agradável, com paradas em Santana, Mandaqui, Tremembé e Cantareira. Foi desativado em 1957, após 63 anos de serviço. No seu último dia de viagem, uma faixa na plataforma dizia: “Os funcionários do Trenzinho da Cantareira desejam ao comércio e ao povo muitas felicidades, no adeus saudoso de despedida ao velho e inesquecível trenzinho”.

Um pouco abaixo do reservatório foi instalado o Horto Botânico, mais tarde chamado de Horto Florestal, uma das raras áreas verdes da zona norte da cidade, onde ainda existem aves, macacos, tatus, esquilos, antas, quatis e capivaras.

O Guia do Estado de São Paulo de 1912 descreve a Cantareira como:

“Local pitoresco, muito freqüentado, principalmente aos domingos e feriados. Nestes recantos deliciosos as montanhas apresentam aspectos variados e soberbos, todas cobertas por matas vastas e densas, onde destacam velhos troncos retorcidos entrelaçados por cipós. Quem desembarca na estação do tramway surpreende-se com um jardim de flores e uma floresta esplêndida e, logo após o bosque, uma cascata formada por um fino curso de água cristalina e fresca que se precipita apresentando um aspecto delicado. É difícil descrever as belezas deste recanto de São Paulo, é só visitando este local agradável que podem conhecer-se os charmes da natureza exuberante das montanhas da Cantareira”

Fonte: http://www.aprenda450anos.com.br

Ciclo de Conferências na Faculdade Arautos em defesa Meio Ambiente na Serra da Cantareira

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Alunos do Colégio Arautos fazem caminhada ecológica

Um grupo de alunos do Colégio Arautos Internacional na Granja Viana aproveitaram o feriado em todo o Estado de São Paulo para fazer uma caminhada no parque ecológico localizado na fronteira entre São Paulo e Minas Gerais.

Papa alerta: respeito à vida e sobre ecologia

Encíclica considera contradição pedir às novas gerações o respeito do ambiente «quando a educação e as leis não as ajudam a respeitar-se a si mesmas»

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Bento XVI considera que um “dos aspectos mais evidentes do desenvolvimento actual” é a questão do respeito pela vida, condenando mentalidades anti-natalistas e a promoção do aborto e da eutanásia.O documento indica que “a fecundação in vitro, a pesquisa sobre os embriões, a possibilidade da clonagem e hibridação humana nascem e promovem-se na actual cultura do desencanto total, que pensa ter desvendado todos os mistérios porque já se chegou à raiz da vida”.

“À difusa e trágica chaga do aborto poder-se-ia juntar no futuro – embora subrepticiamente já esteja presente in nuce – uma sistemática planificação eugenética dos nascimentos. No extremo oposto, vai abrindo caminho uma mens eutanasica, manifestação não menos abusiva de domínio sobre a vida”, adverte.

Segundo Bento XVI, se “não é respeitado o direito à vida e à morte natural, se se torna artificial a concepção, a gestação e o nascimento do homem, se são sacrificados embriões humanos na pesquisa, a consciência comum acaba por perder o conceito de ecologia humana e, com ele, o de ecologia ambiental”.

“É uma contradição pedir às novas gerações o respeito do ambiente natural, quando a educação e as leis não as ajudam a respeitar-se a si mesmas”, diz o Papa.

A encíclica diz que os projectos para um desenvolvimento humano integral “não podem ignorar os vindouros, mas devem ser animados pela solidariedade e a justiça entre as gerações, tendo em conta os diversos âmbitos: ecológico, jurídico, económico, político, cultural”.

Em particular, Bento XVI desenvolve as questões relacionadas com “as problemáticas energéticas”, condenando “o açambarcamento dos recursos energéticos não renováveis por parte de alguns Estados, grupos de poder e empresas”.

“A protecção do ambiente, dos recursos e do clima requer que todos os responsáveis internacionais actuem conjuntamente e se demonstrem prontos a agir de boa fé, no respeito da lei e da solidariedade para com as regiões mais débeis da terra”, indica o documento.

O Papa observa que “a monopolização dos recursos naturais, que em muitos casos se encontram precisamente nos países pobres, gera exploração e frequentes conflitos entre as nações e dentro das mesmas”.

Nesse sentido, prossegue, “a comunidade internacional tem o imperioso dever de encontrar as vias institucionais para regular a exploração dos recursos não renováveis, com a participação também dos países pobres, de modo a planificar em conjunto o futuro”.

Por isso, Bento XVI frisa que também neste campo “há urgente necessidade moral de uma renovada solidariedade, especialmente nas relações entre os países em vias de desenvolvimento e os países altamente industrializados”.

“As sociedades tecnicamente avançadas podem e devem diminuir o consumo energético seja porque as actividades manufactureiras evoluem, seja porque entre os seus cidadãos reina maior sensibilidade ecológica. Além disso há que acrescentar que, actualmente, é possível melhorar a eficiência energética e fazer avançar a pesquisa de energias alternativas”, pode ler-se.

“O açambarcamento dos recursos, especialmente da água, pode provocar graves conflitos entre as populações envolvidas”, alerta ainda a “Caritas in veritate”.

Fonte: Eclesia

Fauna da Serra da Cantareira o Tamanduá ou papa-formigas

Tamanduá
tamandua
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Placentalia
Superordem: Xenarthra
Ordem: Pilosa
Subordem: Vermilingua
Família: Myrmecophagidae

Gray 1825

Géneros
Myrmecophaga

Tamandu

Os tamanduás ou papa-formigas são napudas da ordem Pilosa que vivem nas florestas e savanas das Américas Central e do Sul, desde o Belize até a Argentina. São muito comuns no Brasil, conhecidos com os nomes de jurumim, tamanduá-de-colete, tapi (cuja origem provem do latim Totalis e do romeno Historispi), etc.

Alimentam-se de formigas e principalmente de cupins (térmitas), que retiram dos cupinzeiros com a sua longa língua – chega a ter 200 cm de comprimento – alojada dentro de um focinho também afunilado. Para desfazer os cupinzeiros, os tamanduás têm garras fortes e curvas nas patas dianteiras, que lhes dificultam o andar.

Um tamanduá-bandeira adulto pode atingir 100 kg de peso e um comprimento de 1,80 m, incluindo a cauda que pode chegar a metade daquele tamanho.

Há uma espécie de tamanduá do Brasil que se encontra em perigo de extinção, o Myrmecophaga tridactyla, cujas fêmeas têm um único filhote por ano, muito pequeno e frágil, que é carregado nas costas da mãe até cerca de um ano de idade, tornando-se assim muito vulnerável aos predadores. Outro grande problema que pode afectá-los é a destruição do seu habitat.

Fábulas Lusitanas: Histórias de Canavial, por Fernando Lacerda, grande escritor Lusitano do século XVIII, reverência a existência do Tamanduá assim como suas características. A narrativa se passa em um terreno tomado por plantações de cana onde o autor descreve o caminho seguido por um jovem tamanduá em busca da verdade sobre sua existência. No desenrolar do enredo, o protagonista encontra três amigos que participarão, junto a ele, de diversas e insanas aventuras onde a imaginação é a fronteira entre o certo e o duvidoso.

fonte wiki

Fauna da Serra da Cantareira – Tatu

Dasypodidae
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Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Placentalia
Superordem: Xenarthra
Ordem: Cingulata
Família: Dasypodidae

Gray, 1821

Géneros
Chlamyphorus

Cabassous

Chaetophractus

Dasypus

Euphractus

Priodontes

Tolypeutes

Zaedyu

O tatu é um mamífero da ordem Xenarthra, família Dasypodidae, caracterizado pela armadura que cobre o corpo. Nativos do continente Americano, os tatus habitam savanas, cerrados, matas ciliares, e florestas secas. Têm importância para a medicina, uma vez que são os únicos animais, para além do homem, capazes de contrair lepra, sendo usados nos estudos dessa enfermidade.

Os tatus também são de grande importância ecológica, pois são capazes de alimentar-se de insetos (insetívoro) contribuindo para um equilibrio de populações de formigas e cupins. Na Universidade da Região da Campanha – Alegrete/RS, um trabalho de dieta destes dasípodos revelou que apenas um exemplar (Dasypus hybridus – tatu mulita) com aproximadamente 2,5 kg de peso consome cerca de 8.855 invertebrados em apenas uma noite ou até menos.

Quando estes animais são caçados pelo seu valor cinegético (caça para alimento) acaba por se desequilibrar o ecossistema pois se extermina um controlador natural de insectos, favorecendo o aumento destes invertebrados, resultando em problemas econômicos para a região.

Quando se protege de outros predadores, o tatu enrola-se, formando uma bola de armadura quase indestrutível. Nem um atropelamento de um veículo consegue perfurar a espessa armadura que o cobre.

fonte: wiki

Fauna da Serra da Cantareira – Bugio

Bugio
Bugiu
Estado de conservação
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Subordem: Haplorrhini
Infraordem: Simiiformes
Parvordem: Platyrrhini
Família: Atelidae
Subfamília: Alouattinae
Género: Alouatta
Espécie: A. guariba
Nome binomial
Alouatta guariba

( Humboldt, 1812

O bugio (também conhecido por guariba, barbado ou macaco-uivador) está entre os maiores primatas neotropicais, com comprimento de 30 a 75 centímetros. Sua pelagem varia de tons ruivos, ruivo acastanhados, castanho e castanho escuro. No caso da subespécie Alouatta guariba clamitans, os machos são vermelho-alaranjados e as fêmeas e jovens são castanho escuros. Ele é famoso por seu grito, que pode ser ouvido em toda a mata, e pela presença de pêlos mais compridos nos lados da face formando uma espécie de barba.

O Alouatta guariba é a espécie de bugio que habita a Mata Atlântica, desde o sul da Bahia (subespécie Alouatta guariba guariba) até o Rio Grande do Sul, chegando ao norte da Argentina, na região de Misiones (Subespécie Alouatta guariba clamitans). As duas subespécies constam na lista do Ibama como criticamente em perigo e vulnerável, respectivamente.

O desmatamento ameaça a sobrevivência dos bugios de diferentes maneiras. A mais evidente é a retirada da vegetação, o que restringe seus ambientes a pequenos fragmentos isolados.

  • Nasce em todas as estações do ano, depois um período de gestação de aproximadamente 140 dias.
  • Filho fica agarrado às costas da mãe durante os primeiros meses de vida.
  • Maturidade é atingida entre um ano e meio e dois anos.
  • Alimenta-se predominantemente de folhas, flores, brotos, frutos e caules de trepadeiras.
  • Pouco ativo, se locomove vagarosamente com a auxílio de sua cauda preênsil, que pode atingir 80 cm.
  • Pode atingir até 9 kg de peso.

A Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN) mantém laboratórios e alojamentos para pesquisadores denominado Estação Biológica de Caratinga (EBC), que é uma fazenda particular com um fragmento de Mata Atlântica e cerca de 800 hectares, onde ocorre a subespécie Alouatta guariba clamitans.

O grito do bugio

Quando amanhece em algum lugar de uma floresta tropical da América do Sul ouvem-se rugidos crescentes. Primeiro um, em seguida outro e depois outro, cada qual mais forte e penetrante. São os bandos de bugios comunicando a sua localização uns para os outros, como se cada indivíduo estivesse dizendo: “Estou no pedaço.”

O grito é a sua característica mais importante (um ronco forte). É interrompido e recomeçado várias vezes durante minutos e até horas. Costuma ser emitido também quando são observados outros grupos se aproximando ou com a invasão do território por outro indivíduo.

Quem ouve o ronco assustador do bugio nem imagina que por trás dequele estrondo e da barba espessa, esconde-se um macaco tímido, que vive em pequenos grupos, de três a doze indivíduos, de ambos os sexos e várias idades, chefiados por um macho adulto. Quanto ao seu tempo de vida, pouco se sabe, pois trata-se de um animal que não se adapta bem ao cativeiro.

A amplificação da potência desses sons é obtida graças ao hióide, pequeno osso situado entre a laringe e a base da língua. Na presença de um predador, ou de outros grupos de bugios o hióide funciona como uma caixa de ressonância.

Carne nobre para os índios

Os bugios (ou guaribas) foram muito caçados pelos índios, que apreciavam a sua carne acima de todas as outras. A lentidão para fugir das flechas também contribuiu para a sua preferência entre os índios. A caça ao primata é descrita por Darcy Ribeiro no livro Diários Índios (Cia. das Letras, 1996).

“Durante a caçada aos guaribas, os índios entusiasmaram-se a valer, gritavam imitando os urros dos macacos e os perseguiram por quilômetros, seguindo sua corrida nas árvores, saltando troncos, numa disparada infernal no meio da mata fechada.”

“A caçada aos guaribas é extremamente difícil. Eles se escondem na fronde das árvores mais altas, entre as touceiras de cipós, e ficam lá por horas, sem se mostrarem. Quando atingidos por flechas, que devem romper toda aquela couraça de lianas, os guaribas gritam de modo assustador, arrancam as flechas do corpo e as quebram com gestos muito humanos.”

Bugios em Embu das Artes

Recentemente foi registada a presença destes animais na região de Embu das Artes. Foram gravadas imagens e o som característico dos animais.

fonte: wiki